28 de fevereiro de 2022 Tratamento

Pandemia deve atrasar tratamento em até 10 anos

O impacto da pandemia de Covid-19 sobre o tratamento do câncer foi tão grande que, segundo a Lacog (Latin American…

Paciente em quimioterapia
Paciente em quimioterapia

O impacto da pandemia de Covid-19 sobre o tratamento do câncer foi tão grande que, segundo a Lacog (Latin American Cooperative Oncology Group), vai comprometer o controle da doença e o tratamento pelos próximos 10 anos. Preocupado com o afastamento voluntário dos pacientes ainda no início do surto do coronavírus, o Hospital de Câncer Araújo Jorge (HAJ) vem, desde março de 2020, se mobilizando, entre mudanças de fluxos e rotinas, readequações de espaços e até a criação de um comitê especifico para debater o tema. 

Considerado referência no tratamento do câncer no Centro-Oeste, e recebendo, em média, 1500 pessoas por dia, o HAJ decidiu, ainda em março de 2020, alterar parte da sua rotina, suspendendo as visitas a quem seguia internado e alterando as regras para acompanhantes – tudo na intenção de reduzir a circulação de pessoas dentro da instituição e proteger os pacientes oncológicos, mais propensos a desenvolver sintomas graves caso sejam contaminados pelo coronavírus. Além disso, desde então a estrutura física do Araújo Jorge segue modificada: as cadeiras estão bem separadas e os atendimentos foram divididos em faixas de horários ao longo do dia, garantindo que a saída do isolamento seja curta e segura, tudo dentro das recomendações.

Os cuidados foram redobrados quando o hospital registrou uma queda de 30% no agendamento de atendimentos de 1ª vez e uma um aumento de cerca de 28% da ausência dos pacientes com consultas confirmadas. No Setor de Oncologia Torácica, por exemplo, onde são tratados casos de câncer de pulmão, menos de 30% dos novos pacientes estavam comparecendo a unidade de saúde.

Prejuízo tardio 

Em todo caso, nem mesmo as adequações, que foram seguidas por praticamente todos os hospitais oncológicos do país, conseguiram evitar o pior: houve uma redução drástica no número de diagnósticos – resultado da redução de exames de rastreamento ou de investigação e atrasos em procedimentos cirúrgicos e tratamentos. No Brasil, segundo o Lacog, houve queda de 58% a 80% de mamografias de rastreamento e de 40% de cirurgias de mama.



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