13 de abril de 2022 Tratamento

Descoberta precoce é arma contra amputação

Introduzido há apenas dois anos no calendário brasileiro, o Abril Laranja é uma campanha para conscientizar a população sobre a…

Introduzido há apenas dois anos no calendário brasileiro, o Abril Laranja é uma campanha para conscientizar a população sobre a amputação, assim como destacar o que pode ser feito para evitar, ao máximo, o procedimento. É que, no caso da luta contra o câncer, a retirada de um membro está diretamente ligada à demora na procura por tratamento.

No âmbito geral, não é tão diferente: de acordo com levantamento da Organização das Nações Unidas (ONU), no Brasil, 80% das amputações ocorrem como consequência de enfermidades que se agravaram. João Victhor Silva, de 24 anos, faz parte desse índice. Em 2017, após descobrir um câncer ósseo, o jovem precisou passar por uma cirurgia para retirada da perna direita.

Assistência integral

Quando chegou ao Araújo Jorge, não havia muitas alternativas senão enfrentar uma das notícias mais impactantes da sua vida: a amputação do membro. Não por acaso, o jovem se transformou em um grande defensor do Abril Laranja, destacando sempre a possibilidade de uma rotina saudável após a operação.

Mas essa certeza só veio depois que ele teve contato com os mais diferentes profissionais, como psicólogos e fisioterapeutas e oncologistas especializados. “Me lembro que os profissionais conversaram com toda minha família. Achei interessante esse olhar sensível do Araújo Jorge em informar meus familiares porque a gente realmente precisa que a família toda esteja ciente da situação, das consequências e da nova rotina que virá”, lembra.

Selo de qualidade

Referência no tratamento de câncer no Centro-Oeste, há mais de 50 anos, o Hospital de Câncer Araújo Jorge sabe bem o que é lutar pela saúde e bem-estar de pessoas. Por isso, o diretor técnico da instituição, que também é responsável pelo Setor de Ortopedia do hospital, faz questão de destacar o papel da equipe multiprofissional em todo o processo. “Nós entendemos que a amputação não é fácil para ninguém. Alguns aceitam rapidamente a opção, mas outros chegam a recusar a cirurgia. E é aí que entra em ação nosso time de psicólogos, assistentes sociais, musicoterapeutas, terapeutas ocupacionais e fisoterapeutas”, explica Carlos Henrique Ribeiro do Prado.

É exatamente esse grupo que fica responsável por conscientizar paciente e familiares sobre a cirurgia e a adaptação futura. “Nós fazemos um processo que chamamos de ‘despedida do membro’. É realmente conscientizar o paciente sobre a perda daquela parte do corpo e da importância de enfrentar o procedimento”, explica a psicóloga da Pediatria do Araújo Jorge, Fabiana Persjin.

Atualmente, João Victhor tem uma rotina saudável. Ele garante que a amputação não foi motivo para desistir de seus planos. “Depois da amputação, eu me formei e hoje sou psicólogo clínico. Atendo meus pacientes, vou à academia e amo ir ao cinema. Eu tenho uma vida normal e saudável. A perda da perna não me atrapalhou em nada”, enfatiza o jovem.



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