22 de julho de 2025 Capacitação

Reunião Científica aborda sobre conscientização do câncer de cabeça e pescoço

Na última sexta-feira (18/07), o chefe do Serviço de Cabeça e Pescoço e coordenador do Registro de Câncer de Base…

Na última sexta-feira (18/07), o chefe do Serviço de Cabeça e Pescoço e coordenador do Registro de Câncer de Base Populacional do Araújo Jorge – Hospital de Câncer, Dr. José Carlos de Oliveira, ministrou a palestra “Julho Verde: Câncer de Cabeça e Pescoço – da prevenção ao tratamento” para o corpo clínico da instituição. O evento foi realizado no auditório do Centro Médico Ambulatorial (CMA) e integrou a programação da campanha Julho Verde, voltada à conscientização sobre a prevenção e o tratamento do câncer de cabeça e pescoço.

Segundo o especialista, a campanha Julho Verde é uma iniciativa para alertar a população sobre os riscos, sintomas e, principalmente, sobre a importância do diagnóstico precoce e da prevenção. “O Julho Verde começou em 2015, e, infelizmente, no Brasil, 80% dos casos ainda são diagnosticados em estágio avançado. Nosso objetivo é mudar essa realidade, permitindo que o paciente retorne ao convívio social, já que, quando descoberto precocemente, a chance de cura pode chegar a 90%”, destacou.

Idealizada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP), a campanha foi oficializada em 2022 por meio da Lei n.º 14.328. O câncer de cabeça e pescoço inclui tumores que se desenvolvem em diversas regiões, como boca, nos lábios, língua, gengivas, assoalho da boca, bochechas, faringe, nasofaringe, orofaringe e hipofaringe, laringe, nariz e seios da face, glândulas salivares, tireoide, além da pele da região da cabeça e do pescoço.

“O diagnóstico precoce salva vidas. Além disso, no serviço público, conseguimos tratar mais pacientes quando a lesão continua em estágio inicial. O grande desafio em Goiás, especialmente em Goiânia, é a ausência de serviços especializados para o diagnóstico do câncer. Aqui no Araújo Jorge, o atendimento só ocorre mediante biópsia confirmada. É urgente uma mudança, ainda que estadual, para facilitar o acesso dos pacientes, especialmente os do interior, por meio da Secretaria de Saúde”, afirmou o médico.

Dados

Para 2025, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima o surgimento de 39.550 novos casos de câncer de cabeça e pescoço. “Se incluirmos o câncer de pele, que também acomete a região da cabeça e pescoço, esse número sobe para 48.530”, destacou Oliveira.

Entre os principais fatores de risco estão o tabagismo, o consumo excessivo de álcool, a infecção pelo HPV (Papilomavírus Humano), a exposição solar excessiva, a má higiene bucal e a predisposição genética.

“Observamos um número expressivo de casos de câncer de boca, e o diagnóstico pode ser feito com um simples exame clínico onde basta abrir a boca. A biópsia, nesses casos, também é fácil de ser realizada. Já os tumores de laringe apresentam maior complexidade diagnóstica, mas contamos com o apoio da Universidade Federal de Goiás, que dispõe de diversos profissionais capacitados para auxiliar nesse processo”, completou o médico.

Prevenção e conscientização

Para a prevenção do câncer de cabeça e pescoço, o palestrante destacou medidas fundamentais, como não fumar, reduzir o consumo de álcool, vacinar-se contra o HPV, manter uma higiene bucal rigorosa, realizar visitas regulares ao dentista, proteger-se da exposição excessiva ao sol e adotar uma alimentação saudável.

O especialista também alertou para os principais sinais e sintomas que devem ser observados como feridas na boca que não cicatrizam, manchas brancas ou vermelhas, nódulos ou caroços no pescoço, rouquidão persistente, dor de garganta, dificuldade para engolir, sangramento inesperado e perda de peso inexplicável.

De acordo com Oliveira, o diagnóstico do câncer de cabeça e pescoço envolve uma combinação de etapas que vão desde a avaliação clínica inicial até exames específicos, que confirmam a presença do câncer e determinam sua extensão. O tratamento é individualizado, considerando o tipo de tumor, seu estágio, localização e as condições gerais de saúde do paciente. “As abordagens terapêuticas incluem cirurgia, radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e terapia-alvo”, explicou o médico.

Reabilitação

Segundo o especialista, o tratamento do câncer de cabeça e pescoço que inclui cirurgia, radioterapia ou quimioterapia pode causar diversas sequelas físicas e emocionais, com impacto significativo na qualidade de vida do paciente. Por isso, a reabilitação é considerada um processo essencial e deve ser conduzida de forma multidisciplinar, iniciando-se quanto antes, de preferência ainda antes do início do tratamento, e sendo mantida pelo tempo necessário.

“A equipe multiprofissional atua de forma integrada para garantir o êxito da reabilitação, oferecendo ao paciente um cuidado completo e individualizado, com foco não somente na cura da doença, mas também na promoção contínua da sua qualidade de vida. O Julho Verde é mais do que uma campanha, representa um chamado à ação”, concluiu. Após a apresentação, os participantes fizeram comentários, que foram respondidos pelo palestrante.



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