Reforçando seu compromisso com a segurança e os mais altos padrões operacionais, o Hospital de Câncer Araújo Jorge (HAJ) concluiu, no último domingo (10/11), a remoção de um irradiador sanguíneo em operação cuidadosamente planejada e executada. O equipamento, modelo JL Shepherd & Associates 143–68 Irradiator, fabricado em 1995, utilizava césio-137 como fonte radioativa e pesava 1.500 kg. A ação contou como o apoio da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e da Polícia Militar de Goiás (PM-GO).
Processo de remoção e modernização tecnológica
A Associação de Combate ao Câncer em Goiás (ACCG), responsável pela gestão do hospital, firmou parceria com o Department of Energy National Nuclear Security Administration USA (DOE/NNSA). Essa colaboração foi essencial para garantir a remoção segura do irradiador e a substituição por uma tecnologia mais avançada e sustentável.
“O equipamento operava no hospital desde 1997, e a troca foi planejada considerando aspectos como eficiência, manutenção e garantia do novo dispositivo”, explicou Valdeis Pires de Araújo, físico médico da ACCG. Ele destacou que a principal vantagem da mudança é o uso de uma tecnologia que não depende de materiais radioativos.
Em julho de 2024, o HAJ adotou um irradiador baseado em Raio-X, tornando-se o segundo hospital do Brasil a implementar essa solução inovadora, que atende à demanda por componentes sanguíneos irradiados sem os riscos associados a fontes radioativas.
Operação rigorosa e segura
A retirada do equipamento antigo foi realizada com extrema cautela. A operação mobilizou cerca de 30 profissionais, incluindo equipes de engenharia de segurança do trabalho, segurança patrimonial e empresas especializadas.
“Um Plano de Ação de Emergência foi elaborado para garantir a segurança durante todo o processo. Trabalhamos por seis meses no planejamento dessa ação”, explicou Cláudio José dos Santos, engenheiro de segurança do trabalho da ACCG.
O engenheiro Alexandre Bonfim de Camargo, responsável pela execução da operação, detalhou que o procedimento seguiu regulamentações nacionais e internacionais. “Contamos com o apoio da STS e do Comitê de Segurança Nacional dos Estados Unidos (Y12). A logística incluiu transporte especializado, licenças rigorosas e escolta armada, considerando os riscos inerentes ao material radioativo”, afirmou.
A remoção, concluída em seis horas, envolveu transporte seguro do irradiador até o Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), em Belo Horizonte (MG), sob escolta policial reforçada.
Momento histórico para a instituição
O presidente da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédio (CIPA), Wesley Yuri Nunes Dias, destacou a importância da operação. “Esse é um marco histórico para a ACCG. A remoção do equipamento reflete nossa preocupação com a segurança pública, transparência e responsabilidade ambiental. Agradecemos a todas as empresas e parceiros envolvidos pelo trabalho de excelência”, declarou.
A operação representa mais um passo na modernização do Hospital Araújo Jorge, reafirmando seu papel de referência em saúde e segurança no tratamento oncológico.