2 de julho de 2025 ACCG

Em ritmo de balancê, Pediatria realiza festa junina para pacientes e familiares no Araújo Jorge

A recepção do Setor de Oncologia Pediátrica (SOP) do Araújo Jorge – Hospital de Câncer estava toda enfeitada com bandeirolas,…

A recepção do Setor de Oncologia Pediátrica (SOP) do Araújo Jorge – Hospital de Câncer estava toda enfeitada com bandeirolas, mini fogueiras e decoração típica para receber crianças e familiares com muita música, dança e uma quadrilha improvisada. A tradicional Festa Junina da Pediatria foi realizada na última sexta-feira (27/06), à tarde, e contou com boa música, comidas típicas, alegria estampada no rosto das crianças e muita diversão ao lado da equipe multidisciplinar do Araújo Jorge.

Crianças, mães e profissionais da saúde vestiram trajes juninos para celebrar o mês festivo e fortalecer a humanização no ambiente hospitalar. A enfermeira supervisora do SOP, Danyella Oliveira Melo, contou que desde que entrou no Araújo Jorge, há 19 anos, a festa sempre teve muito forró no pé.

“Na programação de hoje teremos muita dança, quadrilha com noiva, cachorro-quente, pipoca, canjica, mané pelado e suco. Agradecemos pelas doações do supermercado Tatico e de colaboradores anônimos da instituição. Toda a festa é realizada com o apoio de doações que conseguimos arrecadar. Estimamos a participação de cerca de 40 crianças nesta edição”, contou.

Animação

Para o músico Gleyson Andrade, participar do evento é uma forma de proporcionar um dia especial dentro do hospital filantrópico. “A musicoterapeuta Lara nos convidou para tocar aqui, e a experiência é muito rica. Somos músicos profissionais há muitos anos e sempre buscamos contribuir com projetos como este. Já tocamos em outros hospitais, e aqui na Pediatria fomos recebidos com muito carinho. Eu já conhecia o hospital, inclusive já doei sangue aqui. Participar de uma festa junina é sempre gratificante, porque nem parece que estamos em um hospital”, afirmou sorrindo.

A paciente Rayssa Rodrigues da Silva, de 17 anos, está há cinco meses em tratamento no hospital e destacou a importância da alegria proporcionada pela festa. “Participar da quadrilha foi muito importante para distrair a nossa mente e a de outros pacientes, ajudando a transformar a rotina da internação. Sempre participo de outras atividades, como o Carnaval e as oficinas. Está tudo muito bom, e quem organizou está de parabéns”, disse.

Contribuição em conjunto

A terapeuta ocupacional do Araújo Jorge, Bárbara Elizabeth Barbosa, foi uma das organizadoras da festa junina e destacou que o evento é um esforço conjunto entre as equipes de Enfermagem, Psicologia, Serviço Social e Musicoterapia. “Não dá para fazer nada sozinho. Trabalhamos em comunhão pelo bem do paciente e mobilizamos todos os envolvidos. Durante a hospitalização, o paciente fica privado de muitas atividades sociais, como a escola ou eventos culturais do cotidiano. A festa junina e a quadrilha fazem parte da nossa cultura e são vivências típicas deste período de junho e julho”, explicou.

Segundo Bárbara, o tratamento vai além dos medicamentos. “Muitos pacientes não podem deixar o ambiente hospitalar, então proporcionamos essas experiências para eles. É a primeira vez que participo da festa junina presencialmente, embora sempre tenha colaborado na organização. Qualquer iniciativa que proporciona bem-estar ao paciente nos emociona e nos engrandece, não apenas enquanto profissionais, mas como humanos”, relatou emocionada.

A musicoterapeuta do SOP, Sarah Ferreira Duarte Martins, já havia participado da quadrilha quando ainda era estagiária. Nesta edição da festa, ela esteve diretamente envolvida para proporcionar momentos de alegria para as crianças.

“A organização da nossa festa junina é resultado da contribuição coletiva. Muitas pessoas da equipe participaram com patrocínios voltados para a alimentação, e a decoração foi feita com muito carinho pelas mães e pelos próprios pacientes”, destacou Sarah.

Segundo ela, todos se mostraram muito engajados em participar. “As mães se dedicaram com muito amor na preparação da decoração, e o resultado ficou lindo. Este é um momento importante para os pacientes interagirem com outros da mesma faixa etária, e para as mães conversarem entre si. Como muitos deles não podem sair, isso impacta diretamente no contato social, e aqui, eles conseguem enxergar no outro um amigo”, comentou.

“Este ano foi especial porque nosso objetivo era fazer a festa com eles e para eles. As crianças são os pacientes e devem ser os principais beneficiados. Para nós, é uma imensa alegria ver o brilhinho nos olhos de cada um. Agradecemos de coração, porque a cada ano somos surpreendidos. A festa junina da Pediatria se tornou um grande evento do setor”, finalizou.

Estrutura musical em benefício dos pacientes

Com a música ao vivo, a musicoterapeuta destacou os benefícios da música para os pacientes, tanto durante a festa quanto no dia a dia. “Minha atuação aqui na Pediatria consiste em utilizar a música, os padrões rítmicos e a estrutura musical para beneficiar os pacientes em todas as suas necessidades, sejam elas psicológicas ou, muitas vezes, físicas. A música também ajuda a reduzir a dor física, que é multidimensional. Apresento a música como uma forma de comunicação para esses pacientes, pois as crianças se expressam de várias maneiras por meio da arte. Ofereço instrumentos para poderem tocar e até mesmo produzir suas próprias canções”, ressaltou.

Para cada fase ou momento do tratamento, há uma música diferente, pois a música contempla todas as emoções, seja de comemoração ou de fragilidade. “Considero-me honrada e é um privilégio poder proporcionar isso a eles. Antes de começar a trabalhar no hospital, acompanhava as atividades e admirava as pessoas que aqui atuavam. Me aproximei mais ao participar das ações durante o estágio. Vivo esse sonho todos os dias, pois, para mim, não é um trabalho, mas uma motivação para eles”, concluiu.



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