28 de fevereiro de 2022 Tratamento

HPV e alertas para câncer do colo do útero

Cerca de sete mil mulheres morrem de câncer de colo de útero no Brasil todos os anos. Os dados são…

Março Lilás
Março Lilás

Cerca de sete mil mulheres morrem de câncer de colo de útero no Brasil todos os anos. Os dados são do Instituto Nacional de Câncer (Inca), que também prevê o registro de 16.590 mil novos casos da enfermidade ao longo de 2022 – quase 600 quando o recorte é Goiás. Os números estão no centro do debate sobre a baixa adesão à vacina contra HPV, o que segue como maior entrave para controle da doença e uma uma das maiores preocupações do Setor de Ginecologia e Mama (SGM) do Hospital de Câncer Araújo Jorge (HAJ).

Isto porque já existem pesquisas que apontam que a vacinação, disponível para meninas, com idade a partir dos 9 anos, e meninos, a partir dos 11 anos, pode ser capaz de erradicar o câncer de colo do útero. “Na medicina não existe o ‘sempre’ e o ‘nunca’, mas a vacina contra HPV é a única forma de chegarmos perto da erradicação desse tipo de câncer”, explica a ginecologista oncológica Nayara Portilho, uma das médicas que integram o SGM.

Informação que vale ouro

Pelo setor passaram, só em 2021, mais de 27 mil mulheres – a maioria para tratar tumores na mama, o que coloca em pauta um outro grande desafio: as goianas, assim como as brasileiras no geral, não vão ao ginecologista com frequência, visita que poderia facilitar um futuro tratamento oncológico e aumentar consideravelmente os índices de cura diante da descoberta precoce de um câncer.  

Em 2019, um levantamento da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) chegou a apontar que, até aquele momento, 4 milhões de mulheres nunca haviam procurado atendimento com esse profissional e outras 16,2 milhões não passavam por consulta há mais de um ano.

Segundo Nayara Portilho, essa displicência pode ser vista no dia a dia do consultório, na falta de informação sobre estratégia de saúde pública, como é o caso da vacinação contra HPV. “A paciente entra no consultório e fica até surpresa quando falamos da vacina. Muitas vezes elas nunca ouviram falar disso. Nesse momento a gente explica mais sobre o imunizante e incentiva que ela também vacine os filhos, se eles estiverem na fase indicada”, conta. 

Ela lembra que o câncer de colo de útero segue como a quarta causa de morte por doenças oncológicas entre mulheres e que o programa de vacinação contra HPV, hoje disponível Sistema Único de Saúde (SUS), começou por aqui em 2014 para meninas de 11 a 13 anos. No ano seguinte, a faixa etária baixou para 9 anos e, depois, os garotos também entraram na chamada.



Nossos registros de credibilidade

Faça uma doação Voltar ao topo