Na última sexta-feira (24/10), data em que se comemora o aniversário de Goiânia, o Araújo Jorge – Hospital de Câncer celebrou a 10ª edição do Mutirão de Reconstrução Mamária — projeto que já beneficiou mais de 130 pacientes com cirurgias reparadoras, contribuindo para o resgate da autoestima, da feminilidade e para um tratamento mais humanizado. Nesta edição, 13 pacientes foram contempladas com o procedimento, realizado por uma equipe composta por 20 cirurgiões voluntários que se mobilizaram para tornar a iniciativa possível.
Entre elas estava a salgadeira Lucimar Martins de Faria, de 58 anos. “Descobri a doença em 2004, por meio de um exame que identificou um nódulo. Era câncer de mama, e então iniciei o tratamento. No ano seguinte, precisei retirar a mama esquerda. Hoje estou muito feliz, uma felicidade sem tamanho”, contou emocionada. Lucimar relatou ainda que o processo foi desafiador por ser mãe e vivenciar momentos complexos em sua vida. “Hoje eu sou uma nova Lucimar, porque terei o resgate da minha autoestima. Estou muito feliz”, disse. De acordo com o cirurgião plástico Bruno Carvalho, a ação solidária tem como objetivo promover a saúde da mulher e acelerar o acesso das pacientes à segunda etapa do tratamento do câncer de mama, representada pela reconstrução mamária.
Identidade feminina
O médico completou que o evento é oficial do Araújo Jorge em parceria com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – Regional Goiás. “Nesta edição, temos 13 pacientes beneficiadas com a cirurgia de reconstrução mamária pós-mastectomia, que consiste na retirada parcial ou total da mama”, explicou. Ainda segundo o cirurgião, o mutirão reúne diversos profissionais de saúde e colaboradores do hospital, além de cirurgiões plásticos de Goiânia e de outros estados, que doam um dia de trabalho em um verdadeiro gesto de solidariedade e amor ao próximo. “Mais do que devolver a mama reparada, nosso time tem o objetivo de devolver a esperança, o orgulho e a autoestima das nossas pacientes. Sabemos que a mama é um órgão muito importante para a identidade feminina”, ressaltou.
Ainda segundo o cirurgião, após a retirada da mama, a paciente pode até se sentir curada, mas não se sente completa. “A reconstrução mamária permite que essas pacientes melhorem o estado de humor, estabeleçam um ponto de equilíbrio psicoafetivo, retomem seus relacionamentos interconjugais e até mesmo as atividades profissionais em um verdadeiro resgate da dignidade como ser humano e mulher”, destacou. Para o cirurgião plástico Pablo Rassi, um dos organizadores do mutirão, o momento é de doação e conta com a energia positiva, além de ser uma circunstância importante para cada paciente. “O trabalho é feito com muito amor ao próximo e os procedimentos cirúrgicos são variáveis, desde os menores até os maiores, usando tecnologias para a melhora da pele e na reconstrução da mama dessa paciente. É um momento que devolve a autoestima, a rotina, e a paciente se sentirá mais completa”, afirmou.
“Cirurgia como benção de Deus”, disse paciente
A comerciante Maria Cleonildes Alves da Silva Gama, de Novo Gama (GO), foi uma das pacientes beneficiadas pelo mutirão. Ela contou que descobriu a doença durante o banho, ao realizar o autoexame. “Foi uma descoberta que me levou a procurar um médico. Meu câncer era raro e localizado abaixo da axila. A cirurgia foi uma bênção de Deus, e eu nunca abaixei a cabeça”, relatou. Participando pela primeira vez da ação, Maria Cleonildes afirma ter vivido um grande aprendizado com a doença. “Hoje me sinto renovada. Todos os médicos que me atendiam me viam sempre sorrindo. Nunca chorei por nada. Agora, ficarei ainda mais bonita”, completou.











