Quem vê o sorriso largo e o semblante sereno do aposentado Randolfo Moreira Trindade, de 68 anos, dificilmente imagina os desafios que ele enfrenta. Há dois anos, Randolfo trava uma batalha contra um câncer de próstata em estágio avançado. Apesar das adversidades, ele decidiu transformar cada obstáculo em uma oportunidade de ressignificar a vida, encarando tudo com coragem, positividade e fé.
O início de uma nova jornada
Em 2022, aos 66 anos, Randolfo percebeu que algo não estava bem. As idas ao banheiro eram frequentes, mas não traziam o alívio esperado. “Estava com muita dificuldade para urinar, e isso foi se tornando algo recorrente. Resolvi procurar ajuda médica”, relembra.
O diagnóstico foi inesperado: câncer de próstata em estado avançado. O marcador PSA, utilizado para detectar alterações na próstata, estava significativamente elevado. A notícia abalou sua família, mas Randolfo surpreendeu ao reagir com serenidade. “Não fiquei chocado. Tenho muita fé em Deus e sei que Ele está ao nosso lado. Só precisamos fazer a nossa parte, e estou fazendo a minha”, reflete.
Entre sondas, radioterapia e esperança
Após o diagnóstico, Randolfo precisou usar uma sonda vesical por 35 dias para conseguir urinar. “Foi um período difícil! Quando finalmente consegui voltar a urinar normalmente, fiquei muito feliz. Foi um sucesso!”, conta com entusiasmo.
Em seguida, iniciou o tratamento no Hospital Araújo Jorge (HAJ), onde realizou 39 sessões de radioterapia e seguiu um plano de tratamento que se estende até 2025. Devido à idade e ao estágio da doença, a cirurgia não era uma opção. Assim, os médicos optaram pela hormonoterapia, que bloqueia a produção de testosterona para conter o avanço do câncer. “Todo mês tomo uma injeção e, diariamente, um comprimido. O tratamento tem sido um sucesso”, comemora.
Ao completar 40% do tratamento, Randolfo vivenciou um momento de grande emoção. “Chorei de felicidade! Durante uma consulta com as psicólogas Edirlene Fernandes e Maria Clara, elas perguntaram o motivo do choro, e eu não soube explicar. Era uma emoção inexplicável, como se tivesse ganhado na loteria”, compartilha. Ele atribui nota máxima às psicólogas, que descreve como fundamentais em sua jornada.
Uma nova perspectiva sobre a saúde
Sempre cuidadoso com hábitos saudáveis, Randolfo admite que negligenciou consultas médicas regulares por priorizar o trabalho. “Nós, homens, temos essa mania de achar que está tudo bem e de colocar o trabalho em primeiro lugar. Mas o tempo não espera. Se não cuidarmos, surpresas desagradáveis podem aparecer”, alerta.
Hoje, Randolfo usa sua experiência para conscientizar outros homens sobre a importância de exames preventivos. “O preconceito não leva a lugar nenhum. A saúde é nosso bem mais precioso, e ninguém está imune. Devemos fazer nossa parte para evitar problemas maiores”, incentiva.
Gratidão e reconhecimento ao Araújo Jorge
Mesmo diante da gravidade da doença, Randolfo destaca a excelência do atendimento no Araújo Jorge. “Nunca imaginei passar por aqui, mas foi uma experiência marcante. Conheci profissionais incríveis que cuidam da gente com dedicação e transparência. Esse hospital é referência no Centro-Oeste”, afirma.
Ele também elogia o atendimento, mesmo com o grande fluxo de pacientes de diferentes estados. “Tenho muito a agradecer. Sei que estou sendo cuidado pelas melhores mãos possíveis”, diz.
Transformando desafios em missão de vida
Randolfo reconhece que a caminhada até a cura é longa, mas escolhe percorrê-la com gratidão. “A vida continua. Gosto de ajudar os outros sempre que posso e espero que minha história inspire as pessoas a cuidarem mais de si mesmas. Rezo para que ninguém perca a fé e todos encontrem motivos para sorrir”, conclui.
No sorriso resiliente de Randolfo, há a prova de que, mesmo em meio à adversidade, é possível encontrar novas razões para viver e transformar a dor em força.