O Araújo Jorge – Hospital de Câncer promoveu, na última quinta-feira (23/10), no auditório do Centro Médico Ambulatorial (CMA), a cerimônia de abertura da 10ª edição do Mutirão de Reconstrução Mamária. Organizado pela equipe de cirurgia plástica da unidade de saúde, o evento já beneficiou mais de 130 pacientes com cirurgias reparadoras com o intuito de auxiliar na autoestima das mulheres.
Durante a solenidade foram apresentados indicadores dos mutirões anteriores, depoimento de uma das pacientes beneficiadas e realizada a entrega de certificados à equipe assistencial. O diretor técnico da instituição, o médico oncologista Carlos Henrique Ribeiro do Prado, destacou o papel essencial dos profissionais envolvidos.
“Parabéns aos profissionais que constroem essa trajetória de compromisso com a vida e a saúde das mulheres. Há dez anos, um grupo de cirurgiões do Araújo Jorge decidiu transformar técnica em propósito, ciência em cuidado e cirurgia em recomeço. Nascia ali um projeto que se tornou símbolo do hospital, marcado pelo tratamento humanizado e pelo resgate da autoestima de mulheres que venceram o câncer de mama”, afirmou.
Segundo o diretor, cada reconstrução mamária representa muito mais do que um procedimento cirúrgico. “É um novo capítulo de reencontro com o espelho e de coragem para seguir em frente com a própria história. Quero expressar minha gratidão aos idealizadores e cirurgiões plásticos Bruno Carvalho e Pablo Rassi, que há uma década iniciaram esse movimento de cuidado e solidariedade. O Mutirão é um legado que inspira profissionais em todo o país, mostrando que, quando a medicina se alia à empatia, o resultado ultrapassa as fronteiras do hospital”, destacou.
A dona de casa Sandra Maria Ferreira, moradora de Inhumas, foi uma das pacientes beneficiadas pelo Mutirão em 2022 e compartilhou seu relato durante a cerimônia.
“Estava vivendo a melhor fase da minha vida quando, em um exame de rotina, recebi o diagnóstico de câncer. Fiquei muito surpresa e em choque. Pensava que não iria sobreviver. Cheguei a pensar em tirar minha própria vida, porque queria antecipar aquele sofrimento. Foi um período muito difícil para mim e para minha família. No entanto, graças a Deus, descobri o quanto as pessoas me amavam e me apoiavam. Hoje estou feliz, vivendo novamente uma fase maravilhosa e com a mama ainda mais bonita”, disse.
A paciente não conhecia o Outubro Rosa, mas, foi apresentada à campanha. “Só tenho a agradecer à família que construí aqui no Araújo Jorge. Ouvi histórias inspiradoras de outras pacientes beneficiadas, decidi fazer a cirurgia e estou simplesmente maravilhada”, relatou emocionada.
Solidez do Mutirão
De acordo com um dos organizadores do projeto, o cirurgião plástico Bruno Carvalho, o mutirão é voltado às pacientes, que ele considera as verdadeiras protagonistas. “Nós sempre cuidamos dos bastidores, mas são as nossas pacientes que sobem ao palco e fazem o espetáculo acontecer. Elas dão um show todos os dias na luta contra o câncer. O projeto do mutirão nasceu de um sonho — não apenas o de reconstruir as mamas, mas também o de devolver a autoestima, o orgulho e a esperança a cada uma delas”, afirmou.
Carvalho ressaltou ainda o sentimento de gratidão por ver o mutirão consolidado, integrando o calendário oficial da instituição. Ele também destacou o empenho de todos os profissionais e voluntários envolvidos na realização da iniciativa.
Números dos Mutirões
Cerca de 50 cirurgiões plásticos já participaram das edições anteriores do mutirão, doando um dia de trabalho como gesto de solidariedade e amor em benefício de mais de 130 pacientes atendidas. “As pacientes se sentem mais seguras com a reconstrução mamária, porque é um resgate da dignidade da mulher”, explicou Carvalho.
Segundo o médico, o projeto se sustenta em quatro pilares fundamentais representados pela solidariedade, multidisciplinaridade, senso de pertencimento e humanização no tratamento do câncer. O cirurgião plástico e também organizador do mutirão, Pablo Rassi, afirmou ser um dia marcante para toda a equipe que transforma a vida das pessoas.
“O mutirão não impacta apenas as pacientes, mas também toda a equipe assistencial. Todos se unem em uma verdadeira força-tarefa para que ele aconteça da melhor forma possível. Como cirurgião participante, fico muito feliz em estar envolvido desde o início. Parabenizo todas as equipes que fazem a diferença nessa iniciativa”, ressaltou.
Reconhecimento
O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) – Regional Goiás, Fabiano Calixto, participou da cerimônia de abertura do mutirão, onde reconheceu o trabalho dos profissionais envolvidos no projeto e contou relatos pessoais de histórias de câncer em sua família.
“Quero expressar minha gratidão por poder cooperar, estimular e incentivar novas gerações a participarem desse processo de auxílio e cuidado ao ser humano. Há o envolvimento de diversos profissionais da equipe multiprofissional para que o mutirão aconteça e, como representante da Sociedade, declaro que o mutirão de reconstrução de mama integra oficialmente o calendário da SBCP”, afirmou Calixto.
Ao final da solenidade, profissionais que contribuem para a realização do mutirão receberam certificados de homenagem em reconhecimento ao trabalho voluntário.



