Legado de solidariedade está estampado em placa de homenagem e nas vidas salvas
A doação de sangue e plaquetas, um gesto simples, mas capaz de salvar vidas foi a forma mais nobre que o radiotécnico Elísio Sjobom Nápoles, de 69 anos, encontrou para deixar sua marca no Banco de Sangue do Araújo Jorge – Hospital de Câncer. Em abril deste ano, ele realizou sua última doação, seguindo o critério de idade estabelecido para esse tipo de procedimento, que contempla pessoas entre 16 e 69 anos.
Desde os anos 2000, Elísio se tornou presença constante na unidade, alcançando a expressiva marca de 86 doações de plaquetas. Segundo o Banco de Sangue, as plaquetas são essenciais no processo de coagulação e fundamentais no tratamento de pacientes oncológicos, especialmente os que enfrentam a quimioterapia ou passaram por transplante de medula óssea.
Como forma de reconhecimento, a equipe do Banco de Sangue prestou uma homenagem ao doador veterano com a entrega de uma placa comemorativa, mensagens escritas por colaboradores, um certificado de honra ao mérito e um bolo celebrando também o seu aniversário. “Farei 70 anos e estou comemorando doando plaquetas. Tenho muita satisfação em ter saúde para ajudar quem precisa”, disse Elísio, emocionado.
Durante todos esses anos, a doação virou quase uma rotina para ele. “Comparecer ao Banco de Sangue a cada 15 dias se tornou um hábito. Não há dificuldade nenhuma em doar. Fico até sem palavras por poder ajudar. Sei que não posso ajudar todas as pessoas do mundo, mas posso colaborar com aquelas que precisam. Para isso, recebi o dom da doação”, afirmou.
Elísio também fez questão de agradecer à equipe pelo acolhimento humanizado e reafirmou seu compromisso com a causa. “Vou continuar vindo ao Banco durante os eventos para incentivar outras pessoas. A doação de sangue e plaquetas é segura e faz bem à saúde. Comecei a doar sangue em 1973 e, há 10 anos, passei a doar plaquetas. Funciona como uma terapia para mim e raramente fico doente. Sou defensor da saúde, e doar me inspira. Vou continuar convidando mais pessoas a fazerem o mesmo”, destacou.
Zeloso com a própria saúde, Elísio conta que não sente o peso da idade. “Cuido do meu bem-estar. Caminho, pego sol nos horários certos, evito alimentos processados e opto por uma alimentação natural. A saúde vem em primeiro lugar”, finalizou.
Colaborador pela vida
A supervisora técnica do Banco de Sangue, Kelly Alves Macedo, destacou o quanto Elísio é especial, assim como todos os doadores que contribuem com esse gesto de solidariedade. “O Sr. Elísio é um doador muito especial, frequente e sempre parceiro da nossa luta diária. Bastava um telefonema, e ele prontamente atendia ao chamado. Por isso, essa homenagem é tão simbólica”, comentou.
Segundo ela, a parceria com Elísio já faz parte da história da unidade. “Ele tem grande importância para o Banco de Sangue e para os pacientes do hospital. Salvou muitas vidas com sua generosidade. Sabemos que ele está em ótimas condições de saúde, mas a legislação é clara quanto ao limite de idade para doação”, explicou.
Lembrado por participar de todas as campanhas e manter um relacionamento próximo com a equipe, Elísio se tornou uma peça fundamental para a instituição. “Pacientes oncológicos, especialmente os onco-hematológicos, iniciam frequentemente o tratamento com déficit de plaquetas e precisam de transfusões constantes. A captação de plaquetas é um processo mais complexo, e em muitos casos, esses pacientes precisam recebê-las diariamente”, pontuou Kelly.
Ela também reforçou que o foco principal da unidade é justamente a doação de plaquetas. “A validade das plaquetas é muito curta e dura somente cinco dias. Por isso, não conseguimos manter um estoque, o que nos torna totalmente dependentes da disponibilidade dos doadores. Sabemos que o tempo das pessoas é limitado e nem todos conseguem se deslocar até aqui. Por isso, o Sr. Elísio é tão especial por sempre se manter disponível e nunca dizer um ‘não’,” concluiu.





