22 de outubro de 2024 ACCG

Hospital de Câncer Araújo Jorge distribui kits para prevenir estenose vaginal em pacientes de braquiterapia ginecológica

Estudos mostram que a braquiterapia ginecológica pode induzir a redução da lubrificação e elasticidade vaginal, causando dispareunia (dor durante ato…

Estudos mostram que a braquiterapia ginecológica pode induzir a redução da lubrificação e elasticidade vaginal, causando dispareunia (dor durante ato sexual) em número expressivo de pacientes e, mais tardiamente, fibrose e estreitamento vaginal (estenose vaginal).

No intuito de prevenir essas complicações, o Hospital de Câncer Araújo Jorge, por meio do Serviço de Radioterapia, iniciou a distribuição gratuita de kits contendo um tubete de 12 cm, 20 preservativos e 20 sachês de gel lubrificante à base de água. Os kits são destinados às pacientes em tratamento de braquiterapia para câncer de colo do útero, endométrio ou vagina.

A iniciativa faz parte do Projeto Flores, cujo principal objetivo é promover maior adesão ao tratamento e proporcionar mais conforto e qualidade de vida às pacientes durante e após o tratamento oncológico.

Idealizado pela técnica em Radioterapia Aline Fortuna de Souza, o Projeto Flores conta com a colaboração da psicóloga Fabiana de Brito Persijn, das enfermeiras Natália Regina dos Santos Soares e Sabrina Souza Castro, e da técnica de enfermagem Jackeline Alves dos Santos.

Segundo Fabiana, a estenose pode afetar não apenas o bem-estar da paciente, mas também tornar o tratamento doloroso e traumático, tanto físico quanto emocionalmente. Diante disso, a psicóloga esclarece, ainda, que o uso do tubete permite que as pacientes realizem exercícios que favoreçam a dilatação do canal vaginal, ajudando a manter a elasticidade, prevenindo a dor durante as relações sexuais e nas sessões de braquiterapia.

“Recomendamos que os exercícios sejam feitos dia sim, dia não, desde o início do tratamento e se estendam até o retorno com o ginecologista, que poderá avaliar a continuação ou não dos exercícios”, orienta. Os exercícios vaginais amenizariam as possíveis sequelas citadas acima.

Alcance do projeto
Para muitas pacientes, adquirir esse material de realização dos exercícios de forma particular pode ser desafiador. “Algumas mulheres não têm condições financeiras de comprar o kit, enquanto outras se sentem constrangidas ao adquiri-lo em farmácias. Por isso, o Projeto Flores é tão importante”, destaca Fabiana.

A aposentada Eudorinha Pires Soares, de 72 anos, em tratamento para câncer de colo do útero, já sentiu os benefícios dos exercícios. “Desde que comecei a usar o tubete, sinto menos dor durante as sessões de braquiterapia. Se não tivessem me dado o kit, eu teria vergonha de comprar. Podiam me dar mais um”, brinca, sorrindo.

Mensalmente, são montados 140 kits são com o apoio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que fornece preservativos e lubrificantes. Os tubetes foram doados pela empresária Jhesy Reis. Para garantir a continuidade do projeto, Fabiana ressalta a necessidade de mais doações, tendo em vista que Hospital Araújo Jorge atende pacientes de diversos estados brasileiros.

No Serviço de Radioterapia, cerca de 35 pacientes são atendidas semanalmente, totalizando aproximadamente 140 por mês. Com o Projeto Flores, todas as pacientes que necessitam de braquiterapia terão acesso ao kit para prevenir a estenose vaginal.

O que é braquiterapia?
A braquiterapia ginecológica é uma técnica de tratamento oncológico na qual uma fonte radioativa selada é colocada próxima ou em contato direto com a região de tratamento. Esse método permite a administração de uma dose elevada de radiação diretamente no tumor, minimizando a exposição dos tecidos saudáveis ao redor.

Durante todo o procedimento, as pacientes são acompanhadas por uma equipe multiprofissional composta por médico radioterapeuta, físico médico, enfermeira, técnica de Enfermagem, psicóloga e técnica em Radioterapia, garantindo que o tratamento ocorra de forma segura e eficaz. “Fazemos tudo isso visando um atendimento de excelência e preocupados com o bem-estar de quem mais nos interessa, que são as nossas pacientes”, finaliza Fabiana.



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