No último sábado (29/11), profissionais, técnicos e acadêmicos de enfermagem participaram de mais uma edição do curso teórico-prático de Enfermagem e Acessos Venosos em Oncologia, promovido pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do Araújo Jorge – Hospital de Câncer.
Realizado das 08h às 17h, no auditório do Centro Médico Ambulatorial (CMA), o curso coordenado pela enfermeira Viviany Guntija Sena Aires abordou os diferentes tipos de cateteres utilizados no cenário oncológico, as indicações, vantagens e desvantagens, o manejo e as principais indicações do dispositivo. Os participantes também receberam atualizações sobre as técnicas dos principais curativos, manuseio da técnica de punção de acessos venosos e as manobras para desobstrução de cateteres. “O objetivo do curso é capacitar a equipe de Enfermagem em relação aos acessos venosos em oncologia. A área aumenta a sua atuação e os profissionais precisam se aperfeiçoar cada vez mais”, disse Viviany.
Uma das participantes era Tatiane Buriti, digitadora de exames e técnica de enfermagem, que se inscreveu após ver a divulgação no perfil do Instagram do Araújo Jorge. “Estou achando o curso maravilhoso, porque vim em busca de aprimoramento. Vi a divulgação nas redes sociais e, pelo fato de minha mãe ter feito tratamento aqui no hospital, senti-me mais motivada a participar”, afirmou.
Ao comentar sobre o conteúdo, Tatiane destacou que alguns tópicos já eram conhecidos. “Sou muito curiosa, então o curso serviu como um reforço para me aprimorar no trabalho de enfermagem. Este foi o primeiro curso que encontrei, mas agora ficarei de olho em todos os próximos para me inscrever novamente”, relatou.
Teoria
Pela manhã, a coordenadora do curso explicou a parte teórica da capacitação, destacando sobre o câncer e as estimativas, sendo o tratamento venoso a principal escolha. Ela destacou que o tratamento venoso é o mais utilizado em oncologia e explicou as vantagens dos cateteres, suas classificações em periféricos e centrais, além de orientações sobre fixação e procedimentos. “É necessário orientar o paciente de que ele permanecerá com o cateter por um período determinado, e o profissional precisa avaliar a rede venosa periférica”, afirmou.
Prática
Viviany explicou ainda que o acesso venoso deve ser trocado a cada 92 horas. Segundo ela, o paciente oncológico demanda atenção diferenciada. “É um paciente mais complexo que pode estar desnutrido. Todas as queixas durante o procedimento precisam ser consideradas”, destacou. A programação do curso incluiu a demonstração dos principais acessos periféricos e centrais, além da prática com o cateter central Port-a-Cath. “Todo profissional de enfermagem deveria conhecer o procedimento, mas o especialista precisa dominá-lo, já que estará diretamente envolvido no cuidado ao paciente oncológico”, completou.
A enfermeira reforçou que profissionais de diferentes áreas, seja emergência, urgência, CAIS ou unidades básicas de saúde, podem se deparar com pacientes oncológicos em algum momento. “Se o profissional é capacitado e habilitado, ele poderá realizar uma punção, um curativo ou administrar medicação, seja o paciente da capital ou do interior, internado ou em cuidados paliativos domiciliares. Essa capacitação não se limita ao hospital oncológico, ela é necessária sempre que o paciente precisar de internação. É mais uma opção segura de acesso para ele”, concluiu Viviany.
A coordenadora também relatou que muitos profissionais têm receio de atuar na área oncológica por falta de informação. “O que percebo é que alguns hospitais não atualizam seus protocolos. Esse serviço precisa de constante atualização. Os benefícios para o paciente são segurança e conforto”, afirmou.
No período da tarde, a enfermeira Juliana Santa Borges, representante da empresa RX, realizou uma simulação prática com os alunos utilizando o ultrassom para avaliação da rede venosa. A profissional ainda ofereceu demonstrações com o PICC – cateter venoso de inserção periférica de acesso central abordando as vantagens, desvantagens, indicação, curativos e cuidados de enfermagem.






