Na manhã de quarta-feira (02/07), foi realizada, de forma presencial e online, a palestra “DRG – Gestão pelo Corpo Clínico”, no auditório do Centro Médico Ambulatorial (CMA). A apresentação foi ministrada pelo médico especialista em infectologia, com ampla experiência em clínica médica e terapia intensiva, Dr. Renato Couto, que esteve acompanhado de sua equipe, a médica gestora Rosana Mandelbaum e a enfermeira e consultora Franciele Gusmão.
Conforme a gerente de operações do Araújo Jorge, Dra. Luana Alves, o modelo DRG já está em uso e se aproxima cada vez mais do médico no dia a dia. “Decidimos por realizar essa reunião, que será conduzida e orientada pelo Dr. Renato. Em seguida, faremos encontros com cada serviço para orientar, analisar dados e propor melhorias”, explicou.
A metodologia DRG oferece informações consistentes para a tomada de decisões, permitindo que os hospitais implementem melhorias nos modelos assistenciais e remuneratórios, transformando desperdícios em economia compartilhada. Segundo Dra. Luana, a organização será realizada em conjunto com o corpo clínico, com foco na discussão de dados, promoção de treinamentos e cursos, e, posteriormente, no impacto da remuneração, sempre para aperfeiçoar a assistência.
Desempenho de qualidade
No caso da Associação de Combate ao Câncer em Goiás (ACCG), sendo o único Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON), o modelo DRG é utilizado para medir a entrega de valor do Araújo Jorge – Hospital de Câncer. A metodologia considera a complexidade e a criticidade dos pacientes, gerando informações objetivas para avaliar a qualidade assistencial, promover a segurança e apoiar a tomada de decisões.
Durante a apresentação, o médico agradeceu à equipe do Araújo Jorge pelo desempenho e anunciou que será o diretor responsável pelo projeto assistencial da instituição. “Vamos traçar um perfil de atendimento hospitalar focado na assistência e na entrega de valor ao paciente. Parabenizo o esforço de cada um ao longo desses anos trabalhados, pois o desempenho de vocês é excelente. Estamos aqui para melhorar ainda mais a eficiência”, afirmou.
Apresentando dados da plataforma DRG Brasil, o médico destacou que 569 hospitais já a utilizam e que mais de 8.287.064 altas hospitalares já foram avaliadas. Segundo o palestrante, a Medicina evoluiu ao longo dos anos, impulsionada por avanços tecnológicos, como métodos de imagem mais precisos para diagnóstico, além de viver atualmente uma era de alta complexidade. “O hospital se tornou um ambiente complexo, e há uma variedade médica. Se o sistema é complexo, os processos podem falhar, mas nessa complexidade podemos encontrar a medicina que desejamos”, comentou.
Para Couto, é essencial aprimorar os processos hospitalares, principalmente porque muitos pacientes permanecem internados por mais tempo devido às limitações do SUS ou a eventos adversos. “A assistência precisa trabalhar com foco na segurança, para garantir que tudo seja resolvido com eficácia. A tecnologia que está em suas mãos permite melhorar a organização do trabalho, oferece indicadores de qualidade clínica, proporciona mais conforto ao corpo clínico e permite o controle do desperdício”, concluiu.
Próximos passos
Para os próximos passos, os médicos participarão de reuniões, capacitações e serão apoiados para garantir uma assistência de qualidade. “A tecnologia serve tanto para gerenciar quanto para clinicar. O médico tem uma visão resumida do que esperar de cada paciente. Para acessar a complexidade do quadro, é fundamental participar das capacitações no preenchimento adequado do prontuário”, explicou.
Amplamente utilizado como ferramenta para promover a eficiência assistencial, o modelo DRG também inclui a gestão de recursos e a qualificação do cuidado, ao agrupar pacientes com perfis clínicos semelhantes e consumo de recursos comparável.
Couto ainda destacou na apresentação sobre as aplicações práticas do modelo DRG no contexto hospitalar, abordando como ele facilita o acesso de pacientes e médicos, com ênfase na promoção da saúde e prevenção de doenças. Também ressaltou a importância da acurácia clínica na codificação e como os dados gerados podem ser usados para análise de desempenho, avaliação de desfechos clínicos e suporte à tomada de decisões.
O médico também abordou a importância de utilizar os leitos hospitalares eficientemente, aumentando a segurança assistencial, reduzindo internações evitáveis, diminuindo as readmissões preveníveis e promovendo uma transformação silenciosa na saúde do Brasil. Ele também enfatizou o controle de desperdícios como um dos principais ganhos do sistema, destacando o aplicativo BEL, que significa “Bem-Estar e Longevidade”. Este aplicativo foi desenvolvido para solucionar falhas de integração e coordenação no cuidado à saúde.
A enfermeira registradora do DRG do Escritório de Valor, Janine Alves Santos, relatou que a integração do modelo com o sistema Tasy é 100% concluída. “Estamos enviando comunicados por e-mail e oferecendo cursos de capacitação ao corpo clínico para apoiar essa transição”, destacou.
O evento também contou com a participação dos médicos Dr. Ruffo de Freitas e Vicente Raul Chavarria, que fizeram questionamentos sobre o sistema Tasy, já em uso no hospital, e sobre os dados gerados pela plataforma.



